Porão do Rock e Rodas da Paz. O rock de Brasília vai de bike.

Você pode ir também.

bike_valet_rodas

Legião, Capital Inicial, Plebe Rude, fase inicial dos Paralamas… Nenhuma palavra combina tão bem com Brasília quanto rock. O Porão do Rock é uma das principais manifestações dessa cultura rock de Brasília – que também é pop, MPB, eletrônica, indie…

Em 2013, o festival completou 15 anos. O nome Porão do Rock vem dos estúdios onde as bandas ensaiavam em uma das áreas comerciais da Asa Norte. Daí veio a revista, depois virou ONG e hoje, além de garantir no calendário da cena rock descobertas locais, nacionais e internacionais e valorizar o legado dos dinossauros, o Porão do Rock ainda realiza diversas ações sociais.

Na edição desse ano, uma das ações sociais foi a parceria com a Rodas da Paz, ONG que também completou um aniversário importante em 2013: 10 anos de atividade, promovendo a paz no trânsito e a convivência respeitosa entre as diferentes possibilidades de viver a cidade – carro, moto, skate, bicicleta, a pé.

A parceria Porão do Rock + Rodas da Paz promoveu uma ação inédita: incentivar os roqueiros do DF a irem de bike para os shows. Tarefa nada fácil para a cidade dos carros e de um dos piores sistemas de transporte público do país.

Cerca de 45 mil pessoas compareceram ao maior evento de rock independente do país e, pela primeira vez, um festival desse porte contou com serviço de bike vallet. Por meio dessa ação, o Porão do Rock abriu espaço para debater mobilidade urbana.

A tenda das bicicletas ficou localiza logo à direita da entrada principal no estacionamento do Mané Garricha, endereço oficial do festival Porão do Rock. A partir das 17h, 13 voluntários viraram a noite de olho nas magrelas. Além dos cadeados individuais, os ciclistas roqueiros contaram também com uma tranca coletiva.

Quem quisesse deixar a bicicleta com os voluntários da Rodas da Paz, bastava preencher um cadastro rápido. Cada bicicleta recebia uma tag com os contatos e a identificação individual. Daí era só curtir os shows e voltar depois, para pegar a bicicleta. Nos dois dias de festival, essa experiência levou todo mundo a uma só conclusão: rock dá pedal pra valer. No sábado, o paraciclo de 4m, exclusivamente produzido para a ação, ficou lotado. Já eram 4 horas da manhã quando o ultimo ciclista veio retirar a sua bike.

Mais de 30 ciclistas do chamado plano piloto – Asa Norte, Asa Sul, lagos – e de outras regiões do DF – Ceilância, Riacho Fundo … – foram de bicicleta para curtir de Matanza a Paralamas, de Soulfly a Proto Man. Entre uma atração internacional e outra nacional, lanche e bebidas na praça de alimentação e esportes radicais.

Além do bike valet, a Rodas da Paz também sorteou no Porão do Rock uma bicicleta, gentilmente oferecida pela Star Móveis. O prêmio do concurso cultural foi anunciado pela página poraodorock. Levou a bicicleta quem criou a frase mais criativa sobre como melhorar o trânsito de Brasília. Os outros cinco vencedores ganharam saltos de bungee jump.

No telão, durante os intervalos, um video deixava um recado rock’n’roll do Porão e da Rodas sobre mobilidade: “mais adrenalina, menos gasolina”.

A causa ganhou o apoio de músicos como Dinho Ouro Preto, João Barone e Bi Ribeiro, que cederam sua imagem em fotos e realizaram depoimentos incentivando o uso da bicicleta como meio de transporte e o respeito aos ciclistas. Em Brasilia, 639 ciclistas morreram desde o ano 2000.

Rock é atitude. Dar visibilidade às bicicletas e ao que elas representam diante desse cenário também.

Em Brasília, não é só o rock que precisa ir de bike: a cidade como um todo precisa repensar sua política de mobilidade urbana e estimular a cultura cicloviária – que vai além de ciclovias, embora possa e deva contar com ciclovias de qualidade.

A parceria Porão do Rock e Rodas da Paz mandou esse recado. Como um bom show de rock, tomara que tenha bis.

bike_valet_rodas1 bike_valet_rodas2 bike_valet_rodas4 bike_valet_rodas5 Dinho Ouro Preto paralamas