Abertura do Eixão do Lazer para os carros em dias de jogos no Mané Garrincha

A Rodas da Paz vem mais uma vez se articular com a sociedade do Distrito Federal para se contrapor à decisão do Governo do Distrito Federal de abrir o Eixão do Lazer para os carros em dias de jogos no Mané Garrincha. Um espaço público conquistado há mais de vinte anos pela população local.

Mudam os grupos que ocupam o Palácio do Buriti mas o desrespeito é o mesmo. Foi assim em 2008, quando o governador da época e seu secretário de Transporte igualmente ameaçaram o Eixão de Lazer. A resposta da sociedade veio na forma de mais de duas mil assinaturas coletadas pela Rodas da Paz, que recebeu total apoio dos cidadãos e demoveu a ambos do seu propósito.

O Eixão seria novamente aberto neste domingo, 26 de maio, sob a alegação de que tal decisão solucionaria a circulação dos carros de quem irá assistir ao jogo à tarde, entre Flamengo e Santos.

Essa medida expõe o GDF e apresenta seu despreparo para oferecer à cidade soluções qualificadas de gestão de veículos e de pessoas, sobretudo para os eventos de massa.

A decisão afronta a Lei Geral da Copa que, em seu Artigo 6º , recomenda o deslocamento aos estádios por meio de transporte público e de massa para evitar que os jogos não representem transtorno aos torcedores.

Como pode um governo agir de forma contrária à Lei que normatiza o Eixão do Lazer (4.757/12), sancionada pelo atual governador no ano passado?

Como vem sendo amplamente repercutido pela imprensa, o GDF está testando soluções para os jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. O que parece estar sendo testado, no entanto, em seus limites, é a esperança dos moradores de Brasília, de que os grandes jogos provoquem a transformação positiva, necessária e urgente, na política pública de mobilidade urbana do DF.

O que se vê com tal gesto é um retrocesso. Por isso, a Rodas da Paz busca, novamente, se unir a outras pessoas e organizações, inclusive grupos que reúnam usuários de bicicletas, para a realização de uma grande manifestação, pacífica e propositiva, contra a decisão de abrir o Eixão do Lazer. Brasília pode ser a capital da Copa, mas não pode se tornar a capital dos carros.

O Eixão simboliza a cultura do carro, insustentável, violenta, desumana, o privilégio das soluções privadas para problemas de interesse público. Quando o Eixão é fechado aos domingos, é assegurado um dos poucos espaços para lazer gratuito na cidade e também se ergue o símbolo forte de uma cidade mais humana. Abrir o Eixão no domingo é abrir mão dessa possibilidade, de uma cidade melhor para todos.

A cidade é feita pelas pessoas. E é por um DF para as pessoas – pedestres, motoristas, ciclistas, todos os cidadãos, que têm direito à cidade – que dissemos “Não à abertura do Eixão”.

Lei 4.757/ 2012

Como foi em 2008:
http://www.tecnodataeducacional.com.br/noticias-portal-do-transito.asp?id=38555

Rodas da Paz, maior de 2013

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